14 de jul. de 2005

O cerrado em mim

Choro lágrimas secas

como a roxa terra do serrado

como seu chão de securas cortado

na imensa aridez do dia



Tenho uma alma que chora calada

como a terra seca encharcada

como árvores retorcidas ao céu

pedem clemência crescendoéu



E ao reverso de toda probabilidade

floresce o ipê sem humidade

brotam flores do solo ressequido

a vida abunda sem razoabilidade



Sigo na persistência de viver

aprendendo com os vegetais sobreviver

sou aguerrida como as cascas do serrado

a vida é desafio a ser enfrentado

Um comentário:

Camiloca disse...

Lindooooooo!! Sabe, às vezes encontramos poemas que acabam caindo como uma luva p/gente, e esse foi um deles. Vai me ajudar muito nesse momento da minha vida!!
Bjocas!!!