12 de jul. de 2005

Essência

La luna – 23jan005

Vives em mim como lembrança imorredoura das flores primaveris, carinho uterino de uma vida pulsante, existência certa do ar.

Vives em mim e minha alma floresce ao doce toque de tua vívida recordação como raios de sol que desabrocham a rosa dormente na manhã virginal e és a doçura do ocaso e a vermelhidão exuberante da alvorada litorânea!

Vives em mim! Mundo à parte onde me refugio das guerras diárias, das batalhas cotidianas travadas a cada inspiração, e a luz difusa e tênue de tua presença é a motriz que impulsiona meu espírito em frente.

O futuro é um vácuo incerto que suga meus sonhos prometendo o teu encontro e como vives em mim, intrinsecamente eu, não há como não me deixar tragar pelo abismo incerto e sem contornos chamado de esperança...

A dilaceração da perda ainda é uma dor presente, a derrocada final ainda doe nas paredes talhadas pela memória da vida explodindo em teus braços, acalanto de esperança que eu quisera cantar, trouxe-me a certeza de minha rendição: Eu não poderia dar-te vida, embora te houvesse entregado a própria essência dela!

Mas...Vives em mim como a busca que empreendi no passado, o objetivo a que persigo no presente, a meta a ser atingida no futuro. Vives em mim desde o tempo que tudo era uno e éramos a gota de orvalho infecunda pelo sol da manhã.

Vives em mm e assim será sempre, pois és eu mesma do outro lado da vida!

23 shavat 5765

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