21 de set. de 2006


Querido irmão de minha alma,

Sentada sob as estrelas deixo que o vento acaricie meu rosto, minha pele, meus cabelos... O ar tem cheiro de chuva, prenunciando que o calor logo ficará mais suportável, embora as estrelas desmintam a notícia.

A terra recende a mulher feliz. Fragrância molhada, fecunda, plena de realizações. A rua está cheia de folhas secas que caíram na última passagem do vento, quando ele brincou de currupira com as copas altas.

Li suas letras brilhantes, seu texto rápido, conciso, cheio de vigor e verdade.

Fiquei com saudade dos tempos em que gastávamos horas do nosso tempo em intermináveis conversas. Sobre o que mesmo conversávamos? Sobre política celeste, filosofia, educação, amor, sexo, vida... E o tempo passava sem que percebêssemos, sem que sentíssemos, num exercício de trocas sempre renovadas.

Sentávamos sob o carvalho da madrugada e a lua iluminava nossa escrita pelas linhas do céu. Bordávamos de estrelas os textos que sempre atravessavam o firmamento para encontrar o sol na barra do dia!

Ainda sinto o cheiro das manhãs florescendo, enquanto sua cabeça repousava no meu colo e as palavras passeavam pelos céus de nossas bocas...

Li suas palavras brilhantes e minha alma se encheu de orgulho por ser sua amiga e partilhar com você lembranças de momentos especiais, aromas de chocolates e noites repletas de palavras perfumadas.

Li você e a saudade veio sentar-se a meu lado!

Um comentário:

Anônimo disse...

Tempos são intervalos de poesia, são trechos que não se perdem, mas se reinventam em cada pedacinho de chocolate que nos aquece a alma.

Escreva mais, escreva sempre, escreva como o vôo dos pássaros, livre, leve, bonito.

hILTON